LIVRO DIÁRIO

O Livro Diário passou por três etapas. No início, ele era manuscrito. O contador, antigamente denominado de guarda-livros, com letra impecável, registrava as operações financeiras da empresa em livro próprio.
Numa segunda etapa, criou-se a ficha tríplice. Essa ficha era composta de quatro vias.A primeira demonstrava a conta devedora, a conta credora, a data, o histórico e o valor do lançamento. A segunda via, de cor rosa, demonstrava apenas a conta devedora com a data, o histórico e o valor. A terceira via, de cor amarela, demonstrava a conta credora, também com a data, o histórico e o valor. A quarta via geralmente era descartada, servia de rascunho, ela continha todos os dados da primeira via. Essas fichas eram datilografadas em máquina de escrever. Usava-se uma fita especial de cor azul para datilografar o lançamento na primeira via e papel carbono para transcrever os dados nas demais vias. A primeira via era copiada para o Livro Diário. Esse livro era de um papel muito fino chamado de seda. Havia livro feito com seda brasileira, mais barato, porém menos resistente; e, o livro de seda japonesa, que era mais caro e de melhor qualidade. O processo de copiar as fichas no livro era interessante. Punham-se as fichas em ordem cronológica entre as folhas do livro e, em cada página, colocava-se também um pano úmido. Depois de todas as fichas ajustadas no livro, punha-se o livro numa prensa de ferro e arrochava-se essa prensa até o máximo que o livro suportava. Depois de algumas horas, retirava-se o livro da prensa e retiravam-se também os panos colocados e as fichas do Livro. Pronto! O Livro Diário estava escriturado. Quem fazia esse serviço geralmente eram os office-boys. Era preciso muito cuidado para não rasgar alguma página do livro ou borrar os lançamentos. Quando isso acontecia, todo o trabalho tinha de ser refeito, e o office-boy era demitido com certeza.
A terceira etapa é a atual: o Livro Diário é digital, feito por computador. Meu escritório de contabilidade foi pioneiro nessa última etapa. Comprei um computador quando surgiram os primeiros PCs. Contratei programador para desenvolver os sistemas e arquitetei os sistemas de Livro, folha de pagamento e contabilidade para informatizar meu escritório. Depois de alguns anos, resolvi alugar os sistemas para outros escritórios de contabilidade. Foi assim que surgiu a Sibrax, que outrora era batizada de Precisa Informática.
Osvaldo Lima

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